Crise Política na Coreia do Sul: Lei Marcial Declarada e Posteriormente Revogada pelo Parlamento

Hoje, dia, 3 de dezembro de 2024, o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol declarou lei marcial, alegando a necessidade de combater "forças comunistas" e "elementos antiestatais" que, segundo ele, estavam minando a ordem constitucional do país. Essa medida, a primeira desde 1980, resultou na suspensão de atividades parlamentares e no controle militar sobre a mídia.

A decisão gerou reações intensas. Milhares de manifestantes tomaram as ruas em Seul, enquanto forças militares ocupam a sede do Parlamento e prédios governamentais. Líderes da oposição e até membros do partido governista criticam a medida, que é vista como um possível golpe de Estado. Petições pedindo o impeachment de Yoon já ultrapassaram um milhão de assinaturas, refletindo o descontentamento popular.

A oposição, liderada pelo Partido Democrata, reagiu prontamente, acusando Yoon de tentar consolidar poder de forma autoritária. Em resposta, o Parlamento sul-coreano convocou uma sessão extraordinária e, por unanimidade, votou para revogar a lei marcial. O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won Shik, declarou a medida "inválida", reafirmando o compromisso dos legisladores em proteger a democracia.

Após a votação, militares posicionados na Assembleia Nacional começaram a se retirar, indicando o fim imediato da lei marcial. Essa sequência de eventos destaca a resiliência das instituições democráticas sul-coreanas e a capacidade do Parlamento em contrariar ações executivas consideradas ilegais.

Essa crise política ocorre em meio a uma série de confrontos entre o governo e o Parlamento, controlado pela oposição após eleições legislativas recentes. Acusações de abuso de poder e corrupção contra Yoon e sua administração, além de alegações de negligência em questões ambientais e tensões com a Coreia do Norte, contribuíram para o aumento da insatisfação pública.